domingo, 31 de outubro de 2010

Caminhos Cruzados - Capítulo 1 - Rosa Maria (parte 2) - 31/10/2010

E vendo aquele corpo caído, eles se aproximaram cautelosamente. Chegando próximo ao mesmo, todos se espantaram quando aquele homem que na noite anterior aparentava ter seus quase trinta anos, agora tinha rugas por todo o corpo, como se fosse três vezes mais velho.

Ryan - Kraig... Era um bom homem!

Kate - Gente, eu tô lembrando aqui agora! Ryan quem era aquele outro homem que estava com vocês dois no carro quando me trouxeram para cá?

Ryan - Eu também não o conheço.

Kate - Eu me lembro onde a gente deixou ele. Vamos lá tirar isso a limpo agora.

John - Calma, primeiro vamos terminar o que viemos fazer aqui.

Nada de relevante foi encontrado. Essa viagem teria sido em vão se não fosse o fato da Kate ter se lembrado do terceiro homem envolvido em seu sequestro. Voltando para a cidade, todos foram obrigados a seguirem suas rotinas de trabalho e estudo. John em seu serviço rotineiro na viatura, Kate dando suas aulas, Matt cuidando de sua oficina, Nadine estudando, Louis se escondendo devido à ameaça sofrida no dia anterior e o Ryan a toa. Ryan parecia cada vez mais sem chão. Desorientado, parecia não ter mais pra onde ir.

Ao cair da noite, todos se reuniram na casa de John, que a essa altura já havia virado um refúgio, bem como um centro de operações para o grupo.

O grupo se dividiu entre os dois carros. Assim, seguiram na cidade por pouco mais de meia hora, parando os carros em frente à casa apontada por Kate como sendo do homem, que se chamava Karl, segundo Ryan.

Era uma casa comum, dois andares, garagem, jardim e etc...

Louis decidiu ficar no carro pesquisando algo sobre a Prole de Belial na internet.

Como de costume, John foi caminhando na frente, com a arma sempre em condições de disparo. Ao se aproximar, ele percebeu que a porta de entrada estava entreaberta, possibilitando-o ver através da fenda que se formava no vão da porta aberta, notando uma luz refletida na parede, como se fosse de uma televisão ligada do outro lado do cômodo.

Ele resolveu portanto, tocar campainha para anunciar sua presença, na intenção de evitar um embate desnecessário. Quando não obteve respostas, John optou por chamar pelo nome Karl.

Nenhuma resposta foi ouvida, então eles resolveram entrar na casa, deparando-se em uma sala de vídeo à direita da casa, com um corpo caído, nú, prostrado no chão, caído de barriga para baixo em frente a uma filmadora e uma televisão.

Kate - Esse é o Karl! Mas o que será que aconteceu aqui?

John, checando o pulso e a respiração de Karl, constatou que o mesmo já estava sem vida e que não havia morrido a muito tempo.

Matt ligou a câmera e todos ficaram assombrados com o que presenciaram na gravação. Karl ligou a câmera. Logo depois a campainha toca e ele vai atender. Ele começa a conversar, como se alguém estivesse ao seu lado.

Karl - Eu tava doido pra te ver de novo, vamos começar logo, eu tô ansioso.

Em seguida começa a tirar a roupa e se mover como se tivesse abraçando e beijando alguém. Momentos depois, ele inicia movimentos que indicam estar realizando ato sexual.

Kate - O que este pervertido está fazendo? Será que ele é louco? Será que ele tá drogado?

A gravação termina de forma ainda mais estranha. Ele fica de pé, de frente para a câmera, vira o pescoço de lado faz uma expressão de prazer muito maior do que a que estava mostrando até então. Para espanto ainda maior de todos, começou a pingar sangue da lateral do pescoço dele, como se tivesse sido perfurado. Logo em seguida, ele cai ao chão. No fim da filmagem, surge o rosto de uma mulher de cabelos negros e encaracolados, pele branca e a boca manchada de sangue. A gravação é interrompida logo em seguida.

O vídeo é repassado mais algumas vezes e o grupo se certifica de que Karl não possuía marcas no pescoço antes de começar a sangrar.

John pega a fita da câmera e sai da sala logo em seguida.

John - Gente, rápido, vão até o segundo andar e vejam se conseguem encontrar alguma coisa. Eu vou terminar de procurar aqui embaixo.

Enquanto Kate se desloca para o segundo andar, acha uma maleta no canto de um dos sofás, pega e a abre.

Kate - Olha gente, uma maleta, será que é a mesma maleta que o Louis perdeu?

A maleta estava vazia, exceto por um papel com o telefone de um tal de Jackson, escrito a mão. Ela pega a maleta, decora o telefone para anotar mais tarde, longe dos outros e segue para o segundo andar.

John permanece sozinho no primeiro andar e vai em direção à cozinha, passando pela sala de estar. Não encontra nada de relevante na cozinha e volta para a sala de estar, indo em direção às escadas de acesso ao segundo andar. Sem que ele pudesse perceber, Karl se aproximou dele, parando bem em frente, face a face com ele. John se preparou para outro disparo, quando Karl abriu sua boca, revelando presas como as de um vampiro dos filmes de terror.

Karl parecia um monstro incontrolado, sedento por sangue, veio para cima de John, não dando tempo para que ele pudesse usar sua arma ou gritar para pedir ajuda. A adrenalina tomou conta de John, que lutava para de soltar dos braços de Karl que o seguravam fortemente. Em seguida, a adrenalina de John foi substituída por uma sensação singular e repentina de prazer, quando Karl cravou suas presas no pescoço dele e começou a se alimentar de seu sangue. Essa sensação não durou muito tempo e John, logo em seguida percebeu suas forças se esvaindo enquanto ele tinha seu sangue absorvido por aquilo que ele acreditava até então se tratar de um ser humano. Como um último recurso diante da fraqueza que ele começara a sentir, John juntou suas últimas forças e conseguiu se soltar, empurrando Karl contra o chão, e realizando em seguida um disparo.

Outro disparo se seguiu e John começou e se acalmar. No momento que os demais chegaram, John desviou seu olhar para eles, descuidando por alguns instantes de seu alvo. Esses instantes foram suficientes para que Karl simplesmente desaparecesse.

Matt - O que foi isso?

John - O Karl, ele me mordeu!

Kate - Mas o Karl estava morto!

John - Eu sei disso. Mas ele me agarrou. Ele tinha pressas, como um bicho! Me agarrou, me mordeu e começou a chupar meu sangue!

Nadine - Presas? Chupar sangue? Igual aos vampiros dos filmes?

John - Sim, exatamente como os vampiros dos filmes...

Enquanto eles tentavam entender o que havia acontecido, ouviu-se o barulho de um carro ligando na garagem e saindo correndo do local.

John - Vamos logo sair daqui, isso vai estar cheio de policiais daqui a pouco!

Quando eles alcançaram o lado externo da residência, Louis deu partida no carro e saiu em perseguição ao outro carro, seguindo-o por alguns quarteirões.

Kate - O que o Louis tá fazendo indo sozinho atrás do Karl? Será que ele perdeu o juízo?

Matt - Não sei, mas vamos sair logo daqui.

John ligou o outro carro e todos saíram atrás dos outros veículos. Louis perdeu Karl em um cruzamento, onde foi forçado a parar.

Karl era um ótimo piloto, dificilmente Louis o pegaria.

Juntos novamente, todos concordaram em finalmente ir atrás do tal Antoine Savoy no Mercado Francês.

Chegando lá, todos se espantaram com um lugar que, mesmo do meio da noite poderia estar tão cheio.

O mercado era constituído de duas galerias extensas, repletas de lojas, bares e etc...

Sem saber com encontrariam a loja do Savoy, o se espalhou e começou a procurar...

Kate então avistou uma adega com o nome de "Lord's" e chamou todos para ver. Ryan olhou para a loja com um brilho diferente nos olhos e foi o primeiro a entrar no local e ir em direção à balconista.

Natasha - Boa noite, meu nome é Natasha. Como posso ajudá-lo?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Caminhos Cruzados - Prólogo (parte 3) - 24/10/2010

Ryan pronuncia as primeiras palavras do ritual em uma língua desconhecida por todos.

Um barulho alto vindo de fora do galpão, seguido do som do alarme do carro, indica que algo acertou fortemente o mesmo, deixando todos ainda mais apreensivos.

Ryan não se distrai e termina a primeira parte do ritual.

O Martelo surge dentro do pentagrama de sal, bem na frente do Matt. Imediatamente riam grita:

Atira nele John! Atira!


E ele assim o faz, acerca um tiro no fantasma que desaparece, deixando aquela fumaça escura característica flutuando pelo espaço dentro do pentagrama. Sem ter para onde correr, ele fica preso do círculo. Mais uma palavra estranha pronunciada por Ryan e aquela fumaça invade Matt por todos os poros de seu corpo, fazendo-o se contorcer de dor.

Ryan - Concentrem-se, não temos tempo a perder!

Iniciando a segunda parte do ritual, Ryan profere mais algumas palavras que parecem incomodar Matt, que agora possuído não tem mais consciência do ambiente que o cerca.

Mais alguns minutos e Kate para de ler sua parte, fazendo o Martelo ganhar forte e diminuindo as forças de Ryan. Olhando para a garota, Ryan vê que ela está abatida, pasma e espantada com o que está ocorrendo ali.

Ryan- Kate, você precisa se concentrar! Sem você eu não vou conseguir! Vamos, rápido! Não temos tempo a perder!

Ela então respira fundo e mostrando determinação diz:

Vamos mandar esse bicho pro inferno!

A força do Martelo é tanta que ele começa a causar ferimentos no corpo do Matt, como se garras afiadas o cortassem de dentro para fora.

Ryan se mostra cansado e abatido depois de mais alguns minutos nessa "batalha espiritual" e dessa vez Kate dá forças a ele:

Kate - Vamos lá Ryan! Já chegamos até aqui, não vamos desistir agora!

John também começa a apresentar sinais de cansaço por estar apontando a arma na direção no Matt a tanto tempo. Manter a visada em um alvo por tanto tempo exige um esforço intenso.

Mais alguns minutos e uma última palavra é pronunciada, em uma perfeita sincronia orquestrada por Ryan e seguida magnificamente por Kate. Matt cai desacordado, sendo apoiado por John antes mesmo de chegar ao chão.

John - E agora Ryan? Terminou?

Ryan - Não sei, acho que sim! Vamos tentar logo sair desse lugar!

Saindo correndo do galpão em direção ao carro, com os primeiros indícios de que o sol tomaria o lugar da lua mais uma vez em um novo dia que se iniciava, eles se assustaram ao ver que o veículo estava com a parte frontal esmagada e que não havia sobrado nada do motor além de destroços.

Todos resolveram tentar mais uma vez sair do local. Foram o mais rápido que puderam, mesmo com o Matt desacordado sendo carregado por John e Kate e o Ryan extremamente cansado e enfraquecido sendo conduzido com a ajuda de Kaill.

Todos se encheram de esperança e alívio quando viram finalmente ali a estrada que outrora não existira. Uma estrada de terra que seguia por aproximadamente meio quilometro. De onde eles estavam já era possível ver a estrada.

Enfim todo esse pesadelo estava acabado...

domingo, 24 de outubro de 2010

Caminhos Cruzados - Capítulo 1 - Rosa Maria (parte 1) - 24/10/2010

Enfim na estrada!

O nascer do sol nunca foi tão bem recebido por eles. Matt não demorou muito até recobrar a consciência e se certificar que tudo enfim teria acabado.

Agora sabiam exatamente onde estavam. Estavam na estrada de acesso para a zona oeste da cidade de Nova Orleans, uns trinta quilômetros os separavam da cidade. A saída era pedir carona.

Por sorte, após alguns minutos uma minivan se aproximou.

Matt- Olha lá, tem um carro vindo!

John - Calma, ele não vai dar carona pra um bando de pessoas machucadas e maltrapilhas.

Kate - Gente, esconde que eu vou pedir carona sozinha.

Se posicionando a beira da estrada, Kate sinalizou para o carro, desesperada...

Nadine - Olha ali, uma mulher toda suja e machucada! O que será que houve com ela?

Louis - Não sei Nadine. Coisa boa não deve ser! E isso não é problema nosso. Vamos embora!

Nadine - Como assim, "vamos embora"? Eu sou médica! É meu dever socorrer alguém ferido, não importam as circunstâncias! Vou parar o carro e ver o que está acontecendo.

Então Nadine parou o carro e desceu para ver como Kate estava.

Nadine - Tudo bem, eu sou médica. O que houve com você?

Kate - Nada, só leva a gente daqui, por favor!

Nadine - A gente quem?

Naquele momento, todos saíram de onde estavam escondidos e pediram carona até Nova Orleans. Nadine viu que um dos homens estava armado e não teve escolhas. Com medo, ela ofereceu carona para todos e eles começaram a entrar no carro, rapidamente.

Kaill - Eu não vou com vocês! Ainda tenho coisas a fazer por aqui.

Após dizer isso, Kaill virou as costas e voltou ao lugar que todos os outros fugiram e desejam nunca mais ter que voltar. Sua reação foi recebida com espanto por todos. Matt tentou argumentar a fim de impedir que ele fosse mas foi impedido por John.

Durante o trajeto, as apresentações foram feitas:

Nadine - Meu nome é Nadine e esse é o Louis, meu irmão. Nós moramos em uma fazendo aqui perto. Eu estou terminando o curso de medicina na Universidade de Tulane.

Louis - Eu ganho a vida mexendo em computadores.

Louis estava meio resistente em conversar com os estranhos. Não era pra menos, todos com cara de cansados, machucados, sujos e alguns com sangue por toda a roupa.

John - Eu sei que vocês estão assustados, mas tá tudo bem! Eu sou policial e nós fomos sequestrados. Por sorte conseguimos fugir.

Mesmo sabendo que eles não acreditariam, John sentiu a necessidade de dar uma resposta àqueles dois que foram praticamente forçados a ajudá-los.

Após mais alguns minutos, Ryan resolveu falar:

Ryan - Eu tenho que contar algumas coisas pra vocês!

John cutucou em seu braço, impedindo-o de falar na frente dos estranhos, o que fez o Ryan completar dizendo:

Ryan - Vou à igreja Corpus Christi hoje a noite! Quero assistir o culto das vinte horas!

Na entrada de Nova Orleans, Nadine parou no Campus de Tulane, desceu do carro e deu as chaves pro Louis.

John - Louis, te atrapalha muito deixar a gente na delegacia em Terrytown?

Louis - Não, vamos lá.

Na delegacia, enquanto todos trocavam telefones antes de dirigirem-se a seus respectivos locais de trabalho, Louis se lembrou de um compromisso, olhou no relógio e disse estar atrasado. Imediatamente saiu correndo para fora da delegacia, em direção ao carro, rodou alguns quarteirões até se certificar que não tinha sido seguido, parou o carro e foi recontar um dinheiro que trouxe de casa. De inicio, ele não encontrou a mala contendo o dinheiro, então começou a vasculhar todo o interior do veículo. Não encontrando sua mala ele voltou à delegacia para tirar satisfação com os outros. Chegando lá, todos já tinham ido embora, com exceção de John, que estava em serviço.

Louis - John, roubaram alguma coisa minha e só pode ter sido alguém entre vocês, porque eu deixei no carro, onde vocês estavam.

John - Calma rapaz, não vá acusando os outros assim. Eu posso ver com eles, mas não tenho como te garantir nada.
O que foi que você perdeu?


Louis - Uma mala!

John - O que tinha dentro dela?

Louis - Eu não posso falar, só encontre minha mala. Minha vida depende disso!

John - Se você não me falar o que tinha na mala eu não posso te ajudar!

Louis - Apenas procure por ela.

Os dois trocaram telefones e John ficou de tentar encontrar alguma coisa a respeito do objeto. Louis entrou no carro e saiu em direção ao centro da cidade, onde havia marcado de deixar o dinheiro com um homem.

Louis - Olá Jackson! Tudo bem?

Jackson - Vai ficar tudo bem depois que você entregar o meu dinheiro.

Louis - Então cara, eu tive um problema com o dinhe....

Antes que o Louis pudesse se explicar, aquele homem todo estilo motoqueiro bad boy o pegou pelo colarinho e o erguei do chão.

Jackson - Não me diga que não arrumou meu dinheiro!

Louis - Calma, eu arrumei sim! Me coloca no chão!

Jackson colocou Louis no chão e ele começou a inventar qualquer história para tentar ganhar tempo.

Louis - Eu estou com o seu dinheiro! Só tive problemas de extravio!

Jackson - Extravio? Você tem até amanhã ao meio dia para me arrumar esse dinheiro ou eu vou extraviar você deste mundo.

As ameaças pareciam ser sinceras, vindas daquele motoqueiro de estatura mediana, cara de mau e força física incompatível com seu tamanho.

Após a ameaça, Jackson montou em sua Harley Davidson e saiu cortando os carros na avenida, desaparecendo instantes mais tarde.

Mais tarde, Louis ligou para John na esperança quase nula de obter alguma informação. Esta esperança se esfacelou com a resposta negativa de John.

Louis seguiu para casa voltando no início da noite para buscar Nadine, como combinado. Assim que deixou Nadine em casa, Louis se preparou para sair. Ele havia se lembrado da igreja mencionada pelo Ryan durante a conversa na minivan. Nadine percebeu que havia algo errado nas reações de seu irmão e começou a indagar:

Nadine - Onde você vai estranho desse jeito?

Louis - Tenho algo a resolver!

Nadine - Eu vou com você!

Louis - Não vai não!

Nadine - Você escolhe, ou vamos os dois no seu carro para evitar de sair com os dois ou eu vou te seguir no meu por onde você for!

Louis - Tudo bem, eu te levo. Mas você não vai me perguntar absolutamente nada. Entendeu?

Nadine balançou a cabeça de forma afirmativa e assim eles seguiram até a igreja.

Kate foi a primeira a chegar, assim sendo, entrou e começou a assistir o culto. Logo após ela chegar, Ryan chegou e também começou a assistir o culto que estava apenas iniciando.

Cerca de cinco minutos mais tarde, John chegou em seu carro. Ainda dava para ele assistir boa parte do culto, mas ele preferiu esperar lá fora, afinal o objetivo dele hoje não era falar com DEUS.

Matt chegou em sua moto quase no final do culto, quase que simultaneamente com Nadine e Louis. Todos esses aguardaram ao lado de fora enquanto a celebração ao cristianismo acontecia. Tudo normal até então. Após o término do culto, Kate viu Ryan se levantar e caminhar na direção do padre. Eles trocaram algumas palavras e foram para uma sala localizada atrás do altar. Ao lado de fora da sala ficou um homem de cerca de um metro de noventa de altura. Uma pilha de músculo que parecia fazer a segurança do padre.

Kate resolveu então esperar ao lado de fora, junto com os outros.

Poucos minutos se passaram até que Ryan deixou a igreja. John o encarou durante todo o percurso, até que Ryan passou ao seu lado e simplesmente o ignorou. John então o chamou em um canto, longe dos outros e perguntou:

John - Então Ryan, o que você tem a nos dizer sobre isso?

Ryan - Eu não tenho nada a dizer!

John - Você nos chamou aqui! Deve ter algo a dizer. Você nos deve respostas!

Ryan novamente disse que não tinha nada a dizer e ameaçou ir embora. John então o pegou pelo braço, apertando violentamente e chamando a atenção de todos.

John - Vamos Ryan! Começa a falar, logo!

Com a mesma violência, Ryan puxou seu braço e os dois começaram a se encarar...

Padre Marrow - Chega! Não admito brigas na porta da casa de DEUS! Vamos, entrem todos. Tenho coisas a conversar.

Ryan - Mas padre...

Padre Marrow - Já chega Ryan.

Louis - A Nadine e eu vamos aguardar aqui fora, afinal não temos nada a ver com esse problema. Meu assunto com eles é outro.

Padre Marrow - Vocês os tiraram de lá e com isso estão envolvidos também, portanto vamos entrar todos.

Todos entraram na sala onde antes Ryan tinha ido sozinho com o padre e ficado por alguns minutos. Tratava-se de uma sala de reuniões, com uma mesa redonda, cortinas vermelhas e uma imagem de Jesus Cristo crucificado a qual o padre fez questão que todos mostrassem reverência ao beijá-la.

Padre Marrow - Primeiramente deixem eu me apresentar, me chamo John Marrow e a muito tempo sou o responsável pelos cultos noturnos nessa igreja. Celebro sempre o culto das vinte horas e o culto da meia noite. O Ryan me contou tudo o que aconteceu com vocês.

A Prole de Belial, cujo símbolo vocês viram, é um grupo de arruaceiros que se contenta em fazer bagunça e matar tanto quanto podem. Eu não acredito que eles tenham armado isso sozinhos. Recentemente, eu tive informação de que uma mulher, conhecida no nosso meio como Mary estava ligada à Prole de Belial com planos em comum. Não posso precisar ao certo se isso tem ligação direta com vocês, mas eu sei que a Prole não desiste de suas presas e faz de tudo para eliminá-las. Portanto tomem cuidado, a Prole é perigosa e a Mary mais ainda.


John - Onde podemos encontrar essa tal de Mary?

Padre Marrow - Tem um homem que sabe onde encontrá-la, mas não sei se ele vai recebê-los.

John - Me dá um contato dele! Nome telefone ...

Padre Marrow - O nome dele é Antony Savoy e ele pode ser encontrado a noite no mercado francês. Dificilmente ele estará disponível e ainda assim eu duvido que ele se disporia a ajudá-los.

Kate percebeu naquele momento, que Ryan engoliu seco a notícia do padre e que se mostrou bastante espantado com a revelação, como se ele conhecesse esse tal de Antony Savoy e soubesse que ele não era boa coisa.

Antes de terminar a reunião, o padre disse que Savoy é conhecido como "O Lord do French Quarter".

John imaginou que esse nome pudesse vir de algum criminoso forte e influente como um possível mafioso, mas era cedo para tirar conclusões precipitadas.

John propôs que todos voltassem ao galpão para averiguar melhor o local, mas isso seria feito durante o dia. Receosos mas de acordo, ficou tratado que todos iriam pra lá na manhã seguinte. John propôs que todos dormissem em sua casa, pois juntos eles teriam mais chances de se defender. Todos concordaram e eles se revezaram em quartos de hora para dormir e vigiar o local.

Pela manhã, eles se dividiram nos carros do John e do Louis e foram de volta aquele lugar que com certeza marcou suas vidas para sempre.

Tudo parecia normal. Eles pararam o carro antes da casa incendiada e seguiram a pé até avistar de longe o corpo do homem morto pelo Chicote...

Sessão 3 - 24/10/2010 - Visão do Narrador

Então galera,

Nessa terceira sessão eu encerrei o prólogo nos primeiros minutos e aproveitei para emendar o início do primeiro capítulo.

Todos vivos, tudo certo para iniciarmos, então surgem de última hora mais dois jogadores. A Francine, interpretando a Nadine, avisou que jogaria um dia antes, bom que deu pra eu pensar em alguma coisa pra ela.

O foda foi o Junin. Enquanto estávamos nos deslocando para a casado Junin VW, encontramos com o outro junin:

O que vocês estão fazendo?

Lis - Vamos jogar rpg, quer vir?

Junin - Não sei o que é isso, mas vamos lá!

Daí eu tive que tirar do nada um personagem para ele. De início, eu pensei em entregar o Kaill pra ele. Mas nesse ponto da crônica eu já tinha outros planos pro Kaill.

Então eu coloquei ele para interpretar o Louis, irmão da Nadine.

Essa sessão ficou meio agarrada, pois eu tive que explicar os fundamentos básicos do rpg pra mais duas pessoas.

Mas ficou bom e agora eu fechei para o primeiro capítulo, uma mesa com seis jogadores!!!

Até a próxima galera!!!

sábado, 23 de outubro de 2010

Sessão 2 - 22/10/2010 - Visão do Narrador

Nessa segunda sessão, o Arthur se juntou ao grupo, interpretando o Ryan. No inínio eu tinha em mente entregar o Kaill para ele interpretar, mas vi que o Ryan daria um clima melhor ao jogo.

Então é isso, não vou me estender muito. Os iniciantes já mostraram uma evolução considerável na segunda sessão.

Vamos aguardar pelo resto!

Abs e até a próxima!!!

Caminhos Cruzados - Prólogo (parte 2) - 22/10/2010

Segunda parte da introdução à Crônica

John - DESGRAÇADO! Vai dormir por um tempo agora!

O policial transtornado com a situação, xingava enquanto revistava os bolsos do homem caído ao chão. De útil apenas uma lanterna e é claro a arma que ele usou. Uma pistola Glock cromada, cal. 9mm. Uma boa arma.

Escondida, Kate tentava entender de alguma forma o que havia acontecido. Tomando cuidado para não ser vista, a mulher tentou observar através do arbusto em que estava escondida, preocupada com a situação.

Antes que pudesse ver qualquer coisa, para o espanto de Kate seu celular começou a vibra no seu bolso. Imediatamente, ela se lembrou que ali o aparelho não tinha cobertura.

"NÚMERO NÃO IDENTIFICADO!"

Kate olhava fixamente para o celular, pensando quem seria a uma hora dessas e como poderia o aparelho tocar em um lugar completamente ermo e sem cobertura. Ela então se levantou, agora olhando para o caminho por onde veio na esperança de encontrar os meninos. Atendendo o celular, ninguém falava ou respondia qualquer coisa.

Kate - Alô! Alô! Tem alguém aí?

"Tisc"! O barulho de um graveto se quebrando atrás da bela garota fez todos os pelos de seu corpo se arrepiarem. A adrenalina provocada pela situação anterior misturou-se ao estado de pânico quando ela se virou e se deparou com ele. O tal "Homem do Chicote", o mesmo que acabara de matar um homem a sangue frio, bem ali, ignorando que um dia ali existiu um ser humano, uma vida, uma alma.

Ele parecia ainda bem maior e mais assustador de perto. Apavorada, a garota gritou de medo enquanto o homem levantava o chicote e ameaçava desferir um golpe que parecia certeiro.

De longe, John e Matt viram o homem com o chicote e ficaram surpresos quando viram que a garota se esquivou habilidosamente, fazendo com que a chicotada pegasse só de raspão, mas ainda sim causando uma ferida considerável no ombro direito dela. Provavelmente a adrenalina da situação não permitiu a ela sentir dor naquela hora.

Matt - Esse FILHO DA PUTA vai se ver comigo agora.

John - Matt, espera! Vamos...

Matt ficou enfurecido ao ver aquela cena e partiu correndo pra cima do cara. John não teve escolhas. Não podia deixar ele sozinho. Foram os dois pra cima dele.

Após Matt acertar um soco certeiro na boca do estômago do cara e este não demonstrar dor alguma, John desferiu uma paulada contra o grandão, acertando ele bem na cabeça. Levando-o apenas a desorientar-se por um instante. Logo em seguida o cara retribuiu com um soco extremamente potente. Para a sorte de John, aquele soco era tão forte quanto lento. O policial se fez fazer de sua agilidade para se esquivar do golpe que acertou apenas de raspão e ainda assim quase jogou ele contra o chão.

Matt se preparou para mais um soco. Com ainda mais força que o primeiro. Esse golpe provavelmente derrubaria facilmente um ser humano normal. De fato ele não era um ser humano normal. Isso se ele for realmente um ser humano. A cena que se seguiu deixou todos incrédulos. Ao acertar o cara com toda sua força, ele simplesmente desapareceu, deixando em seu lugar uma fina fumaça negra que logo se extinguiu.

De longe a Kate chegou correndo e perguntando:
O que foi isso?

Logo, incrédulo com aquilo que acabara de presenciar, John respondeu:
Que coisa é essa? Isso definitivamente não é humano!

E o Matt completou dizendo:
Claro que não é humano! Nem sentiu meu soco! Se fosse um humano teria no mínimo ficado sem ar por alguns instantes!

Assombrados com o último acontecimento, o grupo resolveu sair do mato e tentar fugir dali o mais rápido possível.

Pegando a única estrada de acesso para enfim deixar aquele lugar maluco, digno dos filmes de terror mais apavorantes, todos caminharam a passos largos. A vontade de sair dali era tanta que eles nem se preocuparam em admirar o homem que a pouco quase os matou e agora ela somente um simples corpo prostrado ao chão em posição de decúbito.

Era visível, observando a feição de cara um dos três pobres coitados que mais uma vez admiravam incrédulos algo que nenhuma ciência conhecia pelo homem parecia explicar. A estrada estava marcada por marcas de pneus que seguiam em frente ao longo da estrada e terminavam em um barranco. Como se o carro tivesse entrado nele, invadindo seu espaço no universo, ignorando as leis da física.

Claro que isso é impossível. Deve haver uma explicação perfeitamente plausível pra isso. Subindo o barranco na tentativa de prosseguir com sua fuga, John se deparou com um penhasco com cerca de trinta metros. Aquilo deixou todos com a sensação de que não seria nada fácil de sair daquele lugar.

Por um breve instante, um momento de silêncio se instaurou no ambiente que parecia falar por si só, aterrorizando por sua natureza. Esse instante durou até a atenção de todos se desviar para o lugar de onde uma grande pedra fora atirada contra John.

O policial desviou-se do objeto arremessado contra ele em uma ação reflexa digna de alguém em plena forma física.

Não foi surpresa ver aquela "aberração" no meio do mato. De onde havia saído a pedra que certamente não poderia ter sido atirada com tanta facilidade por um ser humano.

Outro combate se fez necessário contra aquele "Homem do Chicote". Igualmente ocorreu no primeiro encontro, outra paulada e um soco o fizeram desaparecer em meio aquela fumaça escura, mas não antes de acertar uma chicotada no Matt, que mesmo tentando se fazer de durão não foi capaz de esconder a dor que sentira.

Ainda tomados pela adrenalina causada pelo confronto, a atenção de todos foi desviada quando Kate avistou dois homens se aproximando.

Ainda sem identificá- los, John apontou sua arma na direção dos dois e esperou até que, mais alguns passos e para sua surpresa tratava-se do Kaill, caminhando ao lado daquele que a pouco tentara nos matar. O mesmo que desferiu vários tiros e que teve de ser apagado com um golpe violento na cabeça.

John foi convincente em mostrar que estava disposto a atirar, mesmo sabendo que sua arma não possuía munições. Ninguém precisava saber disso. E assim ele se manteve, imóvel, focado no alvo. Sem tirar os olhos dos dois.

Ryan - Calma, eu estou no mesmo barco de vocês, também estou preso aqui! Aquela coisa é um fantasma, não pode ser morta!

Essas foram as primeiras palavras dele e seguiram-se de um "Quem é você e porque está atrás de nós?", que foi automático vindo do John.

Olhando fixamente para Kate, ele começou a falar:

Ryan - Meu nome é Ryan, eu recebi ordens para sequestrar você, deixá-la aqui e ir embora, porém fui traído e estou aqui, preso com vocês.
Esse homem é um fantasma, não podemos simplesmente matar ele.


Era absolutamente compreensível a expressão de desconfiança que todos fizeram diante dos argumentos apresentados por um louco que tentou matar todo mundo e em seguida começou a falar de fantasma.

John - Eu só quero sair daqui, não ligo pra esse assunto de fantasmas!

Ryan - Não há saída daqui a menos que eliminemos esse fantasma! Estamos presos na área de influência dele.

Kate - O que vamos fazer então?

Ryan - Eu tenho um livro de rituais no meu carro. Ele já me ajudou algumas vezes. Deve ter alguma coisa que nos ajude nele.

Em direção ao carro, enquanto caminhavam, todos fizeram um silêncio de certa forma reconfortante, embora nesse ponto as pessoas ali se enchessem de perguntas e mais perguntas. Todos estavam pensativos e por mais alguns instantes permaneceram até o silêncio ser quebrado pela Kate, questionando o Ryan:

Kate - Ei, por que você me sequestrou e me trouxe pra cá?
E quem eram aqueles dois homens com você?


Reticente, o Ryan disse que seguia ordens de alguém que ele não conhecia e que também não conhecia bem os outros dois que estavam com ele quando a sequestrou, alegando que eram apenas companheiros de trabalho em um "bico".

Chegando perto do carro, Ryan abriu o porta malas, onde havia, além do tal livro, munições com carga de sal em seu interior. Ele falava que o sal repelia fantasmas, assim podendo ser usado como uma forma de escudo.

Enquanto John pegava as munições, Ryan começava e folhear todo o livro, na intenção de encontrar ago útil. Não mais do que alguns minutos de pesquisa e ele começou a contar que existem três maneiras de se destruir um fantasma. Uma delas, seria destruindo sua âncora, ou seja, eliminando aquilo que o mantinha preso neste mundo. A segunda maneira, era queimar todos os seus restos mortais e pertences pessoais para libertar sua alma. E por último, o mais arriscado. O ritual de exorcismo.

Ryan - O ritual é a maneira mais forte de se expulsar um ser astral, seja ele um fantasma, espírito ou demônio. Este ritual é muito perigoso, pois consiste em realizar uma possessão induzida, onde uma pessoa serviria de recipiente e atrairia o fantasma pra dentro de seu corpo, só então iniciando o ritual do exorcismo.

Resolveram por bem tentar das outras maneiras que não o exorcismo, pois seria menos arriscado para todos. Entrando onde o fantasma havia entrado, naquela pequena barraca, de arquitetura muito antiga, o grupo se viu dentro de uma sala de ferramentas onde nem cabia todos e que exceto por uma maca manchada com algumas gotas de sangue, tudo parecia normal. Uma pá, uma corda e uma faca foram subtraídos do local pelo grupo, no intuito de se armarem contra os perigos que os aguardavam.

Kaill se mostrava reticente, pensava mais que falava e estava visivelmente mais preocupado que os outros. Quando todos saíram da barraca, o Kaill resolveu nos interromper:

Kaill - Calma gente, eu sei a história do homem do chicote. Vou contar a vocês, só não me peçam explicações, pois não vou dá-las.

Esse fantasma que vocês estão chamando de homem do chicote, na verdade é um fantasma conhecido como MARTELO. Segundo reza a lenda, o Martelo, ou melhor, George Markley era um ferreiro honesto em 1890, antes dos eventos horríveis que fizeram dele “O Destruidor”. Ele foi acusado injustamente de roubo, sendo expulso da cidade. Por ter se recusado a partir, teve sua mulher e filhos atacados e mortos por Nathan, um "justiceiro" local e seus homens. Furioso, George perseguiu Nathan e seus homens, e os massacrou com o martelo de ferreiro. Alguns cidadãos, furiosos com a atrocidade cometida por George e sem saber o que havia acontecido com sua família, pensaram que ele além de ter matado Nathan e seus homens, também havia dado fim a sua esposa e filhos, resolveram arrastá-lo de volta á sua loja, onde aplicaram uma forma brutal de justiça. Amarrado-o em uma coluna de concreto no porão de sua casa, onde funcionava sua oficina, cravaram pregos em seu corpo com seu martelo. Concluíram a tarefa, cortando fora sua mão, e colocando no lugar seu martelo, grotescamente preso ao membro.


Após toda essa história, o grupo ficou confuso. Não conseguiram entender porque ele sabia dessa história. Não tinha como ele saber sem estar envolvido. Restava saber até onde ele estava envolvido e em que "lado" estava.

Dando uma olhada melhor no galpão, John iluminou com a lanterna a área onde estavam, revelando na parede um símbolo de uma mão e um pentagrama invertido em sua palma. Ryan olhou e disse que conhecia aquele símbolo. Segundo ele, o símbolo se trata de uma organização conhecida como "Prole de Belial". Não conseguiu se lembrar de mais nada a respeito. Pelo menos agora tinha um nome "Prole de Belial". Não encontrando nada no resto do galpão, todos seguiram para a outra casa.


John foi à frente, pois ele tinha maiores possibilidades de resposta a um possível ataque. A porta estrava entreaberta, revelando uma parcela do que havia dentro do que parecia ser uma sala. Abrindo a porta vagarosamente, John foi "fatiando" o ambiente, ganhando ângulo se expondo o mínimo possível a possíveis ataques. Quando a porta se abriu totalmente, ele ainda fez uma rápida varredura no ambiente para se certificar de que o local estava seguro. Então, entraram a Kate, o Matt e o Ryan. Nesta ordem. Após o Ryan entrar pela porta, ela bateu violentamente, se fechando sozinha e deixando o Kaill do lado de fora. Ele disse que estava tudo bem e logo em seguida começou a gritar por socorro:

Kaill - Socorro! Me ajudem, ele está aqui!

Matt tentou arrombar a porta e não conseguiu. Kaill continuou gritando desesperadamente pedindo por ajuda. Parecia estar em sérios apuros.

John mandou que todos se afastassem, deu dois passos para trás, gastou alguns segundos mirando e disparou contra a maçaneta da porta, fazendo a mesma se destrancar, uma vez que não possuía mais a maçaneta e sim um buraco em seu lugar.

Matt foi o primeiro a sair a avistar o monstro, muito próximo de Kaill. Imediatamente ele saiu correndo na direção dos dois na tentativa de ajudar o Kaill. Naquele momento, John agradeceu mentalmente pelo árduo treinamento de tiro com alvos móveis ao qual foi submetido no seu período de formação.

Fez sua visada até enquadrar o alvo e pegar o ritmo dele, sincronizou sua respiração com as batidas do coração e foi pressionando levemente o gatilho, com as mãos firmes na arma. Pressionou até que o disparo extremamente preciso, acertasse diretamente a cabeça do fantasma. John sabia que o efeito seria o mesmo se o tiro pegasse em qualquer outra parte do corpo, mas de qualquer forma, ver que ele ainda estava em forma com os tiros o fez se sentir bem e ganhar confiança.

Kaill - Vamos, rápido! Não temos tempo a perder aqui! Precisamos encontrar algo de útil!

Mostrando uma frieza e serenidade surpreendente, Kaill parecia estar completa e estranhamente a vontade com a situação. E preocupou-se em apressar o grupo.

Novamente na casa, agora o grupo começa a procurar por algo que os ajudasse, o foco era algo que os levasse ao corpo de George "O Martelo". Na sala, havia apenas móveis muito velhos e empoeirados, sugerindo que ninguém vivia ali a muito tempo. O grupo vasculhou toda a cozinha, que contrastava com o ambiente anterior, revelando velharias e poeiras. Além de alguns panos velhos, e uma caixa de fósforo, nada tinha chamado a atenção deles até eles se depararem com uma outra porta, também entreaberta que sugeria uma passagem para o porão.

Lá em baixo, os móveis pareciam ainda mais antigos e certamente muito mais empoeirados. Após alguns segundos mexendo nos móveis, Kate encontrou na gaveta de uma escrivaninha, entre mais poeira e teias de aranha, um livro pequeno, intitulado "Diário do Nathan", escrito em sua capa mofada, com uma caligrafia não muito apresentável. As anotações que se seguiam após a capa, davam força à história a pouco contada por Kaill.

As anotações contavam claramente o que foi feito com o George "Martelo". Também foram encontradas algumas fotografias muito velhas entre as páginas do diário, revelando através de suas imagens, que ele havia sido morto ali. Eles reformaram o lugar, mas as fotos confirmavam que era mesmo ali. Uma das fotos mostrava ele em um canto da sala, já morto, jogado no local onde o carvão era aquecido para derreter o metal. Encontramos o lugar, arrastamos o móvel que estava encima e o Ryan logo começou a quebrar a madeira do assoalho com a pá que ele havia pegado na pequena oficina, enquanto John vigiava a porta em posição de pronta resposta em caso de necessidade. Ryan e Matt cavaram por algum tempo, até encontrar uma tampa de madeira. Quando Ryan retirou a tampa, junto com o cheiro insuportável de um cadáver de mais de cem anos, veio a angústia de ver aquele homem todo furado, cheio de pregos pelo corpo e com um martelo imenso emendado no lugar da sua mão direita. Como num piscar de olhos, o Martelo se materializou atrás de Ryan, jogando-o contra o chão com imensa brutalidade.

Antes que Ryan conseguisse ter qualquer reação, John novamente salvou a pátria com outro disparo certeiro. Imediatamente, todos seguiram correndo para o carro, retiraram gasolina do tanque e voltaram à casa. Atearam fogo no corpo que começou a queimar desencadeando outra manifestação do Martelo quer dessa vez ignorou completamente o grupo, como se eles não estivessem ali.

"AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!"

O Martelo gritou, expressando muita dor e raiva. O fantasma então passou por uma transformação, assumindo a forma que estava ao ser brutalmente assassinado, deixando todos com a sensação de que as coisas iriam piorar. O enorme ferreiro com o corpo coberto de pregos gigantes e um martelo enorme grosseiramente ligado ao lugar onde deveria estar sua mão direita, nos olhou de maneira intimidadora. Antes que pudessem agir, obrigando todos a saírem apressadamente da casa.



Do lado de fora, a sensação de trabalho terminado que já estava incerta, logo caiu por terra quando entraram no carro novamente e o Martelo se materializou atrás deles.

Como de costume, mais um tiro certeiro do John foi suficiente para afastá-lo outra vez. Então, o bicho bateu com seu martelo no chão, numa possível tentativa de intimidá-los mostrando sua força. Mesmo não sendo necessária essa demonstração de força para assustar o grupo, aquilo os deixou ainda mais apreensivos.

Sem ter mais para onde correr (literalmente), começaram a considerar a possibilidade ora levantada por Ryan de realizar o ritual de exorcismo. Antes de qualquer coisa, eles precisavam estar seguros para só então organizar o ritual.

Ryan de lembrou que em uma das salas do galpão havia suprimentos e entre eles, muito sal grosso. Indo em direção a sala de mantimentos, ele surge novamente, bem em frente ao carro, com um ódio ainda maior no olhar e aquele martelo imenso pronto para "afundar" o carro no chão, tomando mais um tiro e desaparecendo mais uma vez.

Sem perder tempo, todos foram correndo em direção ao galpão e cercaram a única porta da sala de mantimentos com sal para proteger o local

Depois disso, o Martelo começou a aparecer e desaparecer, tentando entrar. Alguns ficaram incrédulos quando constataram que realmente um punhado de sal era capaz de impedir a passagem de um monstro desses. Ryan realmente parecia saber o que fazia. Cortando um pouco o clima de pânico, ele foi direto ao ponto:

Ryan - Precisamos de alguém para ser o recipiente da indução, eu realizarei o ritual, a Kate, por ser mulher, não é indicada para tal tarefa, devido à fragilidade de seu corpo.

John - E eu tenho a arma e sei usá-la em caso de necessidade!

Afinal, ninguém o faria largar aquela arma e perder sua única vantagem sobre os outros.

Sobrou o Matt e o Kaill. Para finalizar o impasse, Matt se pronunciou:

Matt - Eu vou! Sou mais forte que o Kaill e não confio nele para fazer isso!

Por não confiarem no Kaill, todos (inclusive o próprio Kaill) entraram no consenso de que o Kaill não participaria do ritual, por não confiarem nele.

A ritualística envolvia colocar o Matt e a fotografia do Martelo dentro de um pentagrama feito de sal, invocar o fantasma lá pra dentro e realizar a possessão induzida, começando assim o ritual de exorcismo.

Preparativos terminados, John a arma na direção do Matt, que olhou de maneira rude para o policial, dando idéia de reprovação. Logo os preparativos estavam prontos, Ryan e Kate iniciaram as primeiras palavras do ritual.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Caminhos Cruzados - Prólogo (parte 1) - 17/10/2010

Após ser sequestrada e abandonada num galpão totalmente sem iluminação, Kate estava completamente desorientada e com muito medo.

Kate - Alguém aí? Onde eu tô? Responde!

Andando no escuro sem saber onde estava, Kate tropeçou em alguma coisa...

Kate - Quem é você?

John - Quem sou eu? Eu é que pergunto! E o que eu estou fazendo neste lugar? E afinal, que lugar é esse?

Kate - Eu também não sei, acabaram de me jogar aqui!

Tem mais alguém aí?

E ao fundo veio uma voz, também perdida que só se lembrava de ter ficado inconsciente e depois ter acordado nesse lugar.

Matt - Caralho, peguei carona e me ferrei! Colocaram um negócio forte do meu nariz e me apagaram. Tô aqui agora com vocês.

John - Meu nome é John e eu sou policial! Estava em minha casa depois de um dia de trabalho conturbado, fui tomar meu banho e parece que tomei uma pancada na cabeça. Não me lembro de mais nada até você tropeçar em mim.

Kate - Eu tava saindo do treino e fui sequestrada.

Então  John se levantou e começou a tatear as paredes até encontrar uma porta de ferro fechada. Girando a maçaneta, o mesmo viu que a porta estava destrancada e que esta dava em um corredor escuro, porém melhor iluminado que o ambiente anterior.

John - Fiquem onde estão, vou verificar o local e já volto.

Indo em direção de uma porta logo a frente e depois seguindo ao fim do corredor, John foi surpreendido por um outro homem imundo, usando roupas em trapos. O homem estava desesperado e se referia a um tal de "Homem do Chicote" que o teria machucado. Os ombros desse homem, apresentavam ferimentos, como se tivesse sido açoitado. Ele segurou fortemente nos braços de John, dizendo:

Kaill - Cuidado, com o Homem do Chicote, ele tá vindo!

John - Calma, eu sou policial!

Kaill - Isso não vai adiantar! Cuidado!

John - Que lugar é esse? O que você faz aqui?

Kaill - Eu tava perdido na floresta, vim parar aqui e o "Homem do Chicote" me pegou!

O lugar tinha três cômodos grandes, dois inteiramente vazios e sem iluminação e um outro menor, uma dispensa de alimentos, com uma estante cheia de suprimentos, como sal, farinha e etc e uma mesa no centro, com cadeiras acopladas. O corredor terminava com uma porta de ligava ao galpão ao lado de fora.

O lado de fora do galpão revelou uma mata não muito densa, fechando o local e deixando passar apenas uma estreita estrada de terra, suficiente para apenas um veículo. O chão, também de terra apresentava marcas de pneus, o que indicava a presença recente de veículos no local. Assustados e ao mesmo tempo intrigados, o grupo resolveu seguir em direção à estrada, margeando a mesma pela mata, na intenção de não serem vistos.

Um pouco mais a frente, o grupo chegou em uma clareira onde havia um pequeno barraco. Todos se assustaram quando de dentro do barraco saiu um homem muito ferido, caído ao solo e se arrastando numa tentativa inútil de fugir. Os poucos metros que ele conseguiu se arrastar foram marcados no solo com seu sangue que jorrava de seu corpo. Não demorou muito até o grupo descobrir do que aquele homem estava fugindo tão ferido...

De dentro do pequeno barraco, saiu um outro homem, muito grande, certamente com mais de dois metros de altura. O homem era branco e careca, não tinha nenhum pelo na cabeça. Tinha fortes traços irlandeses. Era uma pilha de músculos envoltos de uma gordura que só deixava sua aparência mais repugnante e sinistra.

Kaill - É ele! Ele é o homem do chicote!

Aquele homem que mais parecia um monstro se abaixou próximo ao outro e começou a enforcá-lo com seu chicote. John imediatamente pegou uma pedra de tamanho considerável que estava próxima a ele e a atirou em uma moita na intenção de desviar a atenção do cara e talvez salvar o pobre coitado que não tinha mais forças sequer para agonizar de dor. Entretanto, o homem só olhou para o lugar de onde veio o barulho e voltou a enforcar o homem até sua morte, ignorando completamente o fato. Satisfeito, ele se levantou e voltou ao barraco.

Voltamos alguns metros e atravessamos a estrada de modo que aquele homem não pudesse nos ver. Seguimos adiante, ainda margeando a estrada. Mais alguns minutos de caminhada e nos deparamos com uma casa. Todas as suas luzes estavam apagadas. A vegetação irregular que crescia no quintal da frente, indicava que a casa não era habitada a tempos. Sua pintura envelhecida e seu mau estado de conservação, indicava que aquela era uma casa bem antiga. O silêncio total que se fazia ali, misturado com a leve brisa da noite e a lua que brilhava iluminando vagamente o ambiente, deram ao lugar um clima doce de terror que nos arrepiava o corpo todo a todo momento. Passamos em frente aquela casa, com toda a cautela possível, esperando não sermos notados. Ainda nas margens da estrada, um carro preto surgiu do lado oposto ao nosso, sendo dirigido em uma aceleração característica de quem não tinha noção alguma de direção.

A tentativa de nos esconder se frustrou quando o homem parou o veículo, deixando o mesmo morrer. Imediatamente, ele saiu armado do carro e efetuou um disparo pro alto. Esse era o alerta pra fugirmos. Entre voltar ao "Homem do Chicote" e bater de frente com o outro armado, Kaill estranhamente escolheu a primeira opção. O restante do grupo fez o que era mais óbvio e fugir mata a dentro.

Mais um tiro e todos seguiram em direção à mata que se fechada a medida em que corríamos.

Kate se fez valer de todo o seu treinamento e correu mais que os outros, conseguindo se esconder. Matt estava logo atrás dela, mas mesmo assim não conseguia acompanhar seu ritmo. Mais um tiro e John se desesperou. Ele estava em último e a idéia de ser pego o fez correr ainda mais, momento em que caiu, lesionando seu calcanhar. Caído e tem defesa, John pegou um galho de árvore que encontrou ao solo e se escondeu. Mais um tiro sem destino e o cara se aproximou de John. Por sorte ele se aproximou tanto a ponto de John escutar o "click" da arma sem cartucho. Então ele saiu da moita onde estava e veio furtivamente em direção às costas do atirador. Um galho seco no chão revelou sua posição, mas não a tempo de oferecer chance de reação ao homem que com duas "pauladas" na cabeça foi ao chão.

Introdução à Crônica Caminhos Cruzados - Matt


"CARALHO!
Logo hoje que eu fui treinar em outra cidade essa porra dessa moto vai inventar de dar defeito!
Não tem jeito neh?
Vou ter que deixar ela aqui e pedir carona, afinal são só cinco quilômetros!"

Cerca de quinze minutos mais tarde, um carro para e me oferece carona até a entrada da cidade. Achei os caras estranhos, mas é como diz o ditado né?! Cavalo dado não se olham os dentes!

Tinham mais três pessoas no carro além de mim. Três homens estranhos. Eu podia jurar que não são boa coisa, mas pelo menos vão me deixar em casa...

Passados os cinco quilômetros que me restavam, a porra do carro desviou sua rota num trevo na chegada da cidade.

"Pow cara, eu fico por aqui, pode parar o carro já pra eu descer! Valeu pela carona."

Daí o filho da puta do motorista acelerou o carro mais ainda e quando eu disse que iria descer eles me disseram pra ficar tranquilo que tava tudo certo. Na hora eu pensei em bater em todo mundo, mas com o carro naquela velocidade eu poderia acabar me fodendo num acidente. O carro saiu da estrada e entrou em uma estradinha feia pra caralho e parou na frente de uma casa velha no meio do mato. O motorista desligou o carro e falou para que os outros dois  me vigiassem, entrando na casa logo em seguida. Neste momento eu pude perceber que ele estava armado. Ainda bem que não resolvi bater neles...Rs...

Após mais ou menos vinte minutos, os caras voltaram pro carro  já metendo um pano no meu nariz. Só consegui sentir meu corpo enfraquecer e então eu apaguei...

"Tem mais alguém aí?"

Escutei uma voz feminina ao fundo e quando abri meus olhos percebi que estava em um lugar totalmente escuro. Sem nenhum tipo de iluminação. Fui seguindo aquela voz que dialogava com uma voz masculina. Quando cheguei perto, fomos procurar uma saída dali...

Introdução à Crônica Caminhos Cruzados - John

E o telefone da emergência toca no fim do dia, quase na minha hora de ir embora...

"O quê? Uma mulher caída na estrada? Aparentemente morta? Sim, me passe o endereço que eu estou a caminho!"

Mesmo achando que te tratava de um trote, como tantos outros que eu recebo, não posso ignorar uma informação dessas.

O lugar fica na zona rural, em uma das várias saídas da cidade. Bem próximo ao bairro de TERRYTOWN, onde eu moro e trabalho.

"Mas que carro é esse? Será que me ele é de quem me chamou?"

Me posicionei atrás do carro preto, com minha Glock em punho e disse:

"Tem alguém no carro? Se tiver alguém aí saia imediatamente!"

Tentei olhar através dos vidros, mas o insufilm não me permitir ver nada. Então decidi dar a volta e olhar o carro pela frente, constatando que o mesmo estava vazio.

Voltei à viatura e segui mais a frente, em direção ao local onde o corpo supostamente estaria. Chegando no local, que era um entroncamento da estrada vicinal, onde a mesma se dividia em duas e não encontrando nada, resolvi olhar melhor nos arredores. Deixei os faróis da viatura acesos, peguei a lanterna e segui pelo caminho da esquerda, através do qual era impossível segui de carro.

Este caminho terminava em uma estrada em linha reta. Ao atingir essa estrada, fui surpreendido por um motoqueiro que vinha em alta velocidade em minha direção, me dando como única alternativa, me jogar em direção ao barranco que margeava a estrada. Com a queda, eu sofri uns ferimentos leves no ombro esquerdo, mas nada grave. Enquanto eu me preparava para levantar, percebi que a moto estava virando e preparando para investir novamente contra mim. Então, resguardado pelo princípio da legítima defesa, eu desferi um disparo contra o condutor da motocicleta, disparo esse que acertou o braço do mesmo e o fez se desequilibrar, com um segundo disparo acertando na área de seu tronco, ele foi ao chão juntamente com o veículo. De imediato foi feito contato com a ambulância local, para dar socorro ao indivíduo que se encontrava armado e teve sua arma apreendida por mim.

Após a ambulância deixar o local, eu permaneci por mais alguns minutos na esperança de encontrar pistas ou quaisquer outros indícios que me levassem a algum lugar em relação ao fato ocorrido, porém, sem êxito, voltei à delegacia para finalizar o registro e passei no hospital, onde após conversar com a enfermeira, esta franqueou minha entrada no quarto onde o indivíduo ainda não identificado estava. Chegando lá eu pude perceber que ele estava meio dopado, mas mesmo assim, pra não perder a viagem eu tentei fazer com que ele me contasse algo a respeito do ocorrido.

"Quem mandou você atrás de mim?
Ninguém!"

Tentando ser mais persuasivo eu o peguei pelo colarinho e refiz a pergunta, novamente obtendo a mesma resposta. Informado pela enfermeira que o mesmo não corria perigo e que ele seria liberado e conduzido à delegacia na manhã seguinte, eu fui pra casa descansar desse dia tumultuado. Guardei o carro na garagem, chequei a secretária eletrônica, que não havia recados e fui tomar um banho. Ao sair do banho, percebi uma movimentação atrás de mim, porém, antes de me virar fui atingido diretamente na cabeça...

“Alguém aí? Onde eu tô? Responde! Ai!”

Após ouvir uma voz gritando de longe e depois se aproximando, eu fui meio que chutado ou tropeçado por uma mulher que parecia estar tão perdida quanto eu e chegou me perguntando:

"Quem é você?

De imediato eu respondi:

Quem sou eu? Eu é que pergunto! E o que eu estou fazendo neste lugar? E afinal, que lugar é esse?

Introdução à Crônica Caminhos Cruzados - Ryan


"Pô Krieg, deve ser aquela mulher ali mesmo!
É isso aí Ryan, vamos pegar ela rápido que eu tô cansado hoje!
Porra Krieg, ela já viu a gente e tá desconfiada, vamos apertar o passo. DESGAÇADA! Vai sair correndo da gente, vamos lá Krieg, vamos pegar ela!"

Naquele momento, Krieg sacou de sua arma e começou a correr atrás dela!

"Porra Krieg, não atira nela, as ordens são pra ela ir inteira! Mas quer saber, se ela continuar correndo vai conseguir fugir!"

Quando ela percebeu que o Krieg estava armado, resolveu parar e perguntar o que a gente queria. Então o Krieg pegou ela pelo braço enquanto eu ligava pro Karl vir buscar a gente!

Ela estava pálida de medo, mas não perdeu a classe:

"O que vocês querem comigo?"

O Krieg jogou ela no carro, naquele momento eu só pensava em como minha vida era mais fácil quando eu estava sob a tutela do Padre Marrow. Não tinha que me sujeitar a essas coisas. Alguns quarteirões a frente, fizemos uma parada pro Karl  descer do carro e seguimos viagem com a moça vendada.

"Pronto Krieg, é só deixar ela lá dentro e voltar. Espero que a Mary não avacalhe com a gente!"

Chegando naquele buraco no meio do mato, o Krieg entrou pra deixar ela num cômodo lá enquanto eu esperei no carro. Quando ele estava saindo, a porta ao lado dele se abriu e um homem gigante o pegou e arremessou ele contra o chão.

Porra, deixa eu sumir daqui antes que esse bosta venha atrás de mim também. Assumi a direção do carro e lembrei que não sabia dirigir. É como diz o ditado: "A ocasião faz o ladrão!"

Liguei o carro do jeito que eu consegui, ainda xingando mentalmente a Mary, que soltou aquela coisa antes do combinado. Peguei a estrada e acelerei o carro. Olhei pra trás e vi que ele tinha desaparecido. Fiquei mas tenso ainda, mas o desespero veio mesmo quando eu cheguei onde estava (ou deveria estar) a saída daquele lugar e vi que o lugar simplesmente se modificou, colocando fim a estrada por onde vim.

Merda, tô preso na área de influência desse bicho! Vou ter que matar o cara, mas antes eu preciso me preparar. Tenho vinte munições com sal. Vou colocar 10 na arma e deixar as outras aqui.

Merda, fui atingido por uma pedra e cai ao chão. Dei três tiros pro meio do mato e encontrei o monstro vindo em minha direção. Mais três tiros e ele sumiu.

"Porra, de seis tiros eu acertei apenas um! Desse jeito eu vou me foder. Vou voltar e procurar pelo Krieg, talvez ele ainda esteja vivo!"

Peguei no porta luvas um livro de rituais que eu levo sempre comigo, dei uma lida pra saber mais ou menos com quem eu estava lidando e voltei em busca do Krieg.

Voltando  pelo único caminho que me restava, eu vi movimentos no meio do mato. Não pensei duas vezes, dei um tiro pro alto e fui atrás dos vultos que fugiam de mim. Mais três tiros e... "click"... Merda, acabaram as munições!

Olhei pra trás e vi um homem que me golpeou na cabeça, bem forte. Sem chances de reação eu cai...

Introdução à Crônica Caminhos Cruzados - Kate


Era uma quinta feira como qualquer outra e como sempre, após um dia cansativo de aulas no Colégio Delgado, no qual leciono desde o ano passado, me dirigi até a Universidade de Loyola, onde me formei graças a uma bolsa de atletismo e treino desde então.

Esta noite, o treino ocorreu como sempre e como um campeonato se aproximava, decidi me dedicar um pouco mais e continuar o treino sozinha após me despedir do restante da equipe.
Por volta de 23:00h, me dando por satisfeita, guardei os equipamentos, fechei o ginásio e abandonei o campus, na intenção de pegar o ônibus no outro lado do quarteirão.

A noite estava fria e tranquila, com um ar de certa forma tenebroso e ao mesmo tempo romântico. Enfim, uma noite sedutora como várias delas em Nova Orleans.

Ao caminhar pela calçada, indo em direção ao ponto de ônibus, eu pude notar a presença de dois homens a alguns metros de mim, caminhando na mesma direção. Decidi ignorá-los e apertar o passo, afinal assaltos não são raros aqui. Ainda mais se tratando de uma mulher sozinha uma hora dessas.
Dobrando a esquina, eu me apressei mais um pouco, dei uma olhada rápida pra trás e percebi que eles também aumentaram os passos, me dando como única alternativa imprimir uma velocidade ainda maior e sair em fuga deles.

Olhando pra trás eu pude perceber que os estava deixando para trás, porém, percebi também que eles traziam um volume na cintura assemelhando-se com armas de fogo, o que me fez correr ainda mais e ganhar mais um pouco de espaço. Ao olhar novamente na direção deles, certifiquei-me que os mesmo portavam armas de fogo, o que me fez parar e esperar, temendo pela minha vida.
Ao se aproximarem, um deles me segurou de maneira bruta pelo braço, enquanto o outro falava ao celular.
Eu perguntei então:

“O que vocês querem comigo?
Dinheiro?
Eu não tenho, portanto me deixem ir embora!”

Instantes mais tarde, um carro preto parou a nossa frente e eu fui arremessada para dentro do mesmo, tendo o carro dirigido por alguns quarteirões até a saída da cidade, quando um dos homens vendou meus olhos, me levando por cerca de quarenta e cinco minutos até me deixar neste lugar. Neste galpão totalmente ausente de qualquer iluminação...

Pérolas 17/10/2010

Kate
Jogadora: Lis

Vou correr ué. 

E agora o que você vai fazer?
Vou correr de novo. 


Matt
Jogador: Matthaeus

Tem como eu dar um soco? Posso dar um soco?



John
Jogador: Junin

Calma, eu sou policial. 



Se nem DEUS interfere no tal do Livre Arbítrio, não vou ser eu quem vai interferir... Dê seu famoso "Golpe no Tronco" Matt!
 

Sessão 1 - 17/10/2010 - Visão do Narrador

Então, nesta primeira sessão participaríam além de mim, mais quatro pessoas (Lis, Arhur, Junin VW e o Matthaeus). Não tive tempo pra preparar uma história legal, mas não deixei de ir para jogarmos, afinal, o vício sempre fala mais alto e eu também estava empolgado com a idéia de ter uma mesa de iniciantes. Eu achei que minha responsabilidade era grande ali, pois numa mesa onde três dos cinco jogadores nunca haviam jogado rpg, a primeira impressão que eu causaria como narrador, talvez definiria se eles entraríam no mundo do rpg ou simplesmente achariam o rpg como qualquer outro jogo.
O arthur teve que desmarcar por problemas pessoais e a mesa começou com três jogadores: Lis (Kate), Junin VW (John) e Matthaeus (Matt).
Sem ter ainda um enredo em mente, eu fui aos poucos e deixei a história se desenrolar por conta dos jogadores que como já era de se esperar, procuraram seguir os passos do Junin VW, que era o único além de mim que já havia jogado antes.
De maneira geral, o jogo se desenrolou muito bem e os iniciantes absorveram muito bem a idéia geral do jogo que era interpretar e se divertir.
Planejei o sequestro dos três e os coloquei em um lugar desconhecido por eles. A partir Daí, a história começou a ter um pequeno esboço.
Enfim, gostei muito da turma. Galera inteligente e empenhada em aprender. Gostaram da primeira parte e então resolvemos nos encontrar mais uma vez.
Eu resolvi contar a história de cada uma dos PJ em separado por que assim os leitores absorveriam melhor os detalhes das cenas. Esse prólogo durou duas sessões e meia e a galera gostou muito.